O conselho deliberou sobre o Observatório de Turismo Trinacional, que pretende contribuir para projetar a região trinacional como destino único.
Balanço da atuação em 2023 e projeção das prioridades para o próximo período marcaram a última reunião do ano do Codetri (Conselho de Desenvolvimento da Região Trinacional do Iguassu) na quinta-feira, 14. Entre as ações previstas, o enfoque será para segmentos como turismo, logística, mobilidade e segurança nas Três Fronteiras.
O Codetri é uma governança que une os conselhos de desenvolvimento de Ciudad del Este e Presidente Franco, no Paraguai; Foz do Iguaçu, no Brasil; e Puerto Iguazú, na Argentina. Sua finalidade é integrar, debater e apontar soluções para demandas comuns às cidades fronteiriças, somando forças entre a sociedade civil e o poder público.
Ao avaliar os trabalhos, o presidente do Codetri, Roni Temp, elencou as principais ações e considerou o ano como muito produtivo. “Se temos grandes desafios por sermos uma região trinacional, por outro lado contamos a nosso favor com a união, o diálogo e a vontade de trabalhar em conjunto, o que é exemplo para regiões de fronteira no mundo”, enfatizou.
E submeteu à deliberação o planejamento estratégico do colegiado, construído ao longo do ano, o qual foi aprovado. “É um documento em que os quatro conselhos apresentaram metas, objetivos e prioridades para balizar a nossa ação. A ele será adicionado o regimento interno que analisaremos e aprovaremos também”, pontuou Roni.
Os conselheiros deliberaram sobre a criação do Observatório de Turismo Trinacional, que deverá receber os diversos atores do setor. A intenção é pôr em prática um termo assinado pelo conselho e a Organização Mundial do Turismo, a fim de produzir dados, projetos e articulações que contribuam para evidenciar a região trinacional como destino único.
Integração e desenvolvimento
Ao fazer um balanço das atividades no ano, os presidentes dos quatro conselhos que formam o Codetri já apontaram algumas prioridades para 2024. Entre os pontos comuns elencados figuram o trânsito fronteiriço, o andamento das obras da segunda ponte Brasil–Paraguai, a nova aduana e o funcionamento dos equipamentos de fiscalização e segurança.
“Entre as muitas questões que devem ser prioridade em nossa pauta é o trabalho forte com os atores turísticos e o fluxo fronteiriço, o que inclui segurança e mobilidade”, mencionou a presidente do Codeleste, Linda Taiyen. “É algo para o que precisamos nos dedicarmos intensamente entre os quatro conselhos”, sugeriu.
Um dos desafios de Presidente Franco é, junto com as demais cidades, aproveitar o diferencial turístico. A cidade está ligada a Foz do Iguaçu pela Ponte da Integração, sendo vizinha de Ciudad del Este. “Estamos trabalhando em um plano de desenvolvimento territorial com o poder público para que a nossa região possa crescer de forma harmoniosa, em todo o seu potencial”, expôs o presidente do Codefran, Ivan Leguizamón.
Presidente do Codefoz, Fernando Castro Alves afirmou que a pauta principal de Foz do Iguaçu será a agenda com 70 projetos prioritários, que incluem investimentos que impactam positivamente a fronteira. “A agenda Acelera Foz já foi entregue para a Itaipu, prefeitura e Câmara. No começo do ano, a levaremos ao governador do Paraná. A concretização de projetos grandes é o que vamos pedir”, reportou.
O presidente do Codespi, Rodrigo Blanco, relatou que o conselho de Puerto Iguazú passou por reestruturação e está pronto para os desafios fronteiriços. “Nosso planejamento prevê arrancar o trabalho com firmeza já no começo do ano que vem. Estamos à disposição e abertos para seguir trabalhando pela integração em 2024”, prontificou-se ao Codetri.
Campanha de conscientização
Representantes da American Bar Association (ABA), associação de advogados criada nos Estados Unidos e presente em mais de 40 países, apresentaram a campanha Enxergue os Sinais, de conscientização contra a lavagem de dinheiro e de crimes transnacionais. O Codetri e os quatro conselhos de desenvolvimento foram convidados a participar da ação.
A exposição foi feita por Francisco Ciampolini (diretor para a América Latina e o Caribe), Maria Jose Garcia Vacchetta (coordenadora de comunicação) e Daniela Pereira (oficial de comunicação). “A intenção é que as pessoas percebam que o crime de lavagem de dinheiro anda junto com a violência. É uma prática que afasta até mesmo investimentos de uma região, de um país”, frisou Daniela, que atua em Foz do Iguaçu.
Homenagem
Os presidentes do Codetri e dos conselhos de desenvolvimento entregaram uma homenagem a Linda Taiyen, em reconhecimento e agradecimento pelos cinco anos em que ela esteve à frente do colegiado trinacional. A honraria também destaca o seu trabalho incansável para promover a integração entre Argentina, Brasil e Paraguai.
(AI Codetri)