Pedro Roth, Esoani Portes, Emanoel Gomes de Oliveira e Levinus Pietch
Pedro Roth nasceu em Guarapuava no dia 4 de maio de 1943, mas foi registrado em Laranjeiras do Sul no dia 28 de abril do ano seguinte. Dadas as dificuldades da vida no interior do Paraná, inclusive para os estudos, aos 12 anos o menino despertou seu tino para o comércio com a venda de galinhas, ovos e frutas nas serrarias da cidade.
Três anos depois, foi trabalhar como cobrador de ônibus na linha Laranjeiras do Sul-Guarapuava. Mais tarde passou a ser motorista na linha Guarapuava-Foz do Iguaçu. Numa dessas viagens, um colega perguntou se ele tinha planos de mudar de ramo. Pedro revelou que gostaria de comprar um terreno e construir um hotel na fronteira. Esse amigo se dispôs a conseguir as madeiras para viabilizar a obra. Roth topou e, após a aprovação do projeto, fixou-se em Foz para iniciar a construção do hotel.
O Brás Hotel foi inaugurado no início dos anos 1960 e se localizava na Rua Marechal Deodoro. O estabelecimento foi bem aceito e lotava. A maior parte dos hóspedes era paraguaia, os quais viajavam para São Paulo fazer compras e paravam no estabelecimento. Anos depois, Pedro adquiriu dois terrenos nas proximidades do batalhão do Exército, onde seria construída a rodoviária. Em 1967, abriu o Luz Hotel no local. Algum tempo mais tarde, vendeu o Brás Hotel, ficando apenas com o novo empreendimento. Em 1979, o empresário resolveu ampliar os negócios e inaugurou o Sun Hotel, localizado na Avenida JK, aproveitando o período de obras da Itaipu.
Tempos depois, com a construção da nova rodoviária, decidiu transferir o Luz para a frente do terminal. Adquiriu uma área de cinco mil metros quadrados e colocou a mão na massa, literalmente, juntamente com os pedreiros. “Euvirava concreto. Teve um dia que bati 90 sacos de concreto. Se você tiver trabalhando junto, o pessoal se anima. Não tinha tempo ruim, era chuva, sol…”
Inicialmente prevista para quatro anos, a obra durou mais tempo porque Roth foi, assim como milhões de brasileiros, pego de surpresa no governo Collor. Levou um baque, teve perdas financeiras, contudo não desistiu e seguiu adiante. Aos poucos, os negócios foram retomando o prumo, até a inauguração em 1993.
Família
Família Roth – sempre forte e unida
O empresário é casado com Silmara Terezinha Tondo Roth, que conheceu ainda menina na época em que trabalhou na empresa de ônibus em Guarapuava. Em 1970, o destino os colocou frente a frente mais uma vez. Pedro já estava radicado em Foz, porém ia para Cascavel assistir aos jogos da Copa do Mundo num restaurante que, por coincidência, pertencia ao pai dela. A reaproximação despertou os sentimentos, resultando no casamento e nos três filhos: Denise, Maurício (falecido) e Fernando.
O sindicato
Osvaldo Damião e Pedro Roth (ao centro)
Nessa época, ele estava concluindo o curso de Contabilidade e já havia assumido a Associação de Hotéis e Similares de Foz do Iguaçu. Os planos eram transformar a entidade em sindicato. Superadas algumas dificuldades, conseguiu efetivar a criação do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Foz do Iguaçu em 1975.
Como presidente, Pedro Roth contava com a colaboração de Paulo Garcia e Douglas Andrade Gomes Araújo, dentre outros empresários. O trabalho da nova instituição priorizava cursos para ajudar no desenvolvimento da hotelaria na cidade. Por meio de convênios com algumas entidades, foram capacitados 480 funcionários dos estabelecimentos locais.
Pedro lembra que o sindicato atuava também com bandeiras essenciais para Foz. Um dos pontos era a estruturação do trânsito de veículos. Numa reunião com vereadores e outras lideranças, o presidente do Sindhotéis sugeriu batizar a então Rua Raul de Matos, que seria ampliada e alargada, como Avenida Juscelino Kubitschek, tendo o apoio do presidente da Associação Comercial e do presidente da Câmara Municipal. Assim nasceria uma das avenidas mais importantes da cidade.
Outra bandeira foi a construção de um amplo Centro de Convenções em Foz do Iguaçu, visto que os hotéis na época, apesar de bem estruturados para hospedagem, tinham espaços limitados para sediar eventos. “Conversamos com o Fouad Mohamad Fakih, da ACIFI, fizemos uma reunião no Hotel Salvatti e levantamos a bandeira do Centro de Convenções. A proposta era um espaço para cinco mil pessoas. Com isso, iria agregar valor ao destino com a realização de grandes eventos”, recorda.
Durante sua gestão, o Sindhotéis também contribuiu no debate para definir a localização da Ponte Tancredo Neves (Brasil e Argentina). O projeto inicial previa a aduana muito próxima da cabeceira da pista. Em conjunto com outras entidades e lideranças da cidade, o sindicato solicitou o afastamento da alfândega para dar mais folga ao trânsito de veículos e pedestres. O pedido foi acatado pelos governos, e hoje essa distância permite um fluxo no tráfego.
Sempre otimista, o empresário diz acreditar fortemente em Foz do Iguaçu. Segundo ele, com inteligência e uma boa estratégia o profissional vai longe, porque a cidade está bem estruturada e tem turismo de alto nível. Com o mesmo entusiasmo, avalia a importância de fazer parte do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares.
— É importante fazer parte do sindicato para ter força. Você sozinho é mais um e não consegue abrir caminhos. Se você está em grupo, não é mais um. Se você tem união, você tem força. Como entidade, você tem um peso que é mais respeitado. E o Sindhotéis hoje está muito bem estruturado, indo maravilhosamente bem. Isso dá satisfação pra gente, pois está melhorando todo dia, ressalta.
Diretoria Gestão 1975
Presidente: Pedro Grad Roth
Secretário: Paulo Roberto Almeida Garcia
Tesoureiro: Edgar Fengler
Suplente: Faustino Ferreira Mendes
Suplente: Douglas Andrade Gomes Araújo
Suplente : Olimpio Rafagnin
Conselho Fiscal: Evaldo Butura
Conselho Fiscal: Lucas Silveira
Conselho Fiscal: Santo Salvatti
Suplente Conselho Fiscal: Estanley She Yo Wou
Suplente Conselho Fiscal: Jean Mamouret
Suplente Conselho Fiscal: Miguel Serrano