Como era o trabalho frente o Sindhotéis durante sua gestão? Quais eram as prioridades?
Na verdade foram 3 gestões no Sindicato de Hotéis. A primeira contava inicialmente com o Sr. Santo Salvatti como Presidente e que, após algum tempo, renunciou tendo eu assumido como Presidente. Na sequencia, em nova eleição fui reconduzido à Presidência por mais um período e, posteriormente, ao final das gestões de Esoani Portes novamente fui eleito Presidente.
Desta forma foram três momentos diferentes que impunham propósitos diversos.
Na primeira e segunda gestões foi o trabalho de instalação do Sindicato, já que mesmo tendo sido criando nos anos anteriores, não tinha sede e os seus documentos foram juntados, parte nos fundos do escritório do Dr. Bento Vidal e outra parte no Hotel Panorama.
Assim, passou-se a ter sede e, ainda no tempo do Santo Salvatti, foi contratado um Secretário Executivo (Carlos de Almeida) para dar atendimento aos anseios dos (poucos) associados da época. Na continuidade ou de forma concomitante houve um trabalho bastante sério de representação da atividade do turismo junto à sociedade, nas diversas instancias, da atividade do turismo, já que o Sindicato era (e foi por um bom tempo) a única entidade organizada da atividade turística neste município. Houve, também, um trabalho bastante grande de aproximação desta entidade com as outras similares no estado do Paraná e junto à Federação Nacional de Hotéis e Associação Brasileira da Indústria de Hotéis. No trabalho desenvolvido junto aos associados houve uma preocupação bastante séria com relação à identificação das necessidades (especialmente de informações e orientações empresariais) e defesa dos seus interesses coletivos. Naquela época ocorreu a presença marcante, forte e decisiva no equilíbrio com relação aos conflitos de interesse entre empregadores e empregados, muitas vezes com a intervenção do Ministério do Trabalho. O embate depois de muitos anos constituiu uma relação de mutuo respeito hoje existente.
Durante sua gestão, o Sindicato em questões da classe empresarial e também em prol das questões pelo desenvolvimento da cidade?
A partir das ações consistentes, dada a grande e importante participação da entidade junto ao Município, algumas vezes exigindo normativas e regramentos, outras criticando, mas principalmente, com base nos resultados dos trabalhos colegiados é que se pôde registrar a criação da Secretaria Municipal de Turismo e depois a Foztur, o Conselho Municipal do Turismo, o surgimento e fortalecimento da ABAV, do SINDETUR, da ABIH, do Sindicato de Empregados de Hotéis, Centro de Convenções e outros agrupamentos de interesses na atividade do turismo. Naquele período conseguiu-se a doação pela Prefeitura Municipal do terreno onde hoje se encontra instalada a sede do Sindicato.
Quais as principais conquistas do Sindhotéis durante sua gestão?
A terceira e ultima gestão foi um período de maior estrutura, pois já havia sido construída a sede e as conquistas anteriores foram reforçadas pela excelente trabalho desenvolvido pelo Esoani Portes e sua diretoria. Foi naquele período que mais nos destacamos no cenário nacional no ambiente da hotelaria. Tornei-me, como representante de Foz, Vice Presidente Estadual da Federação Nacional de Hotéis e cumpri a importante tarefa de organizar e integrar os trabalhos desenvolvidos pelos Sindicatos de Hotéis do Estado do Paraná e representá-los perante o Poder Executivo e Legislativo Governo do Estado e junto as demais entidades em nível Nacional. Naquele período passamos a contar com representante classista (Nilson de Nadai) na única Junta de Conciliação e Julgamento da Justiça do Trabalho.
Poderia escrever muito mais sobre aqueles momentos do Sindicato, pois muito mais aconteceu de marcante e de real importância para a hotelaria e para o turismo, mais isto demandaria muito mais tempo. Há que se registrar que as coisas não chegaram até o atual momento por acaso. São resultados de muito trabalho daqueles que deram início ao processo de desenvolvimento setorial, que hoje vislumbramos em Foz e, não devemos esquecer que muito do que aqui se fez foi copiado pela grande maioria dos pólos turísticos, hoje, desenvolvidos no Brasil.
Quais as principais dificuldades do Sindhotéis durante sua gestão?
Como dificuldades, desde aquela época e até os dias de hoje, cito a falta de vontade política e dos políticos de se fazer aquilo que precisa ser feito para o pleno desenvolvimento do setor, nos três níveis, Federal, Estadual e Municipal. O que se tem feito é semelhante à cortina de fumaça com a nomeação de profissionais da área para os principais cargos (estadual e municipal), no entanto não lhes são disponibilizados os meios para que possam satisfazer as necessidades, mais do que visíveis por aqueles que militam há anos na atividade. Parece que falta a capacidade de identificar que esta cidade tem o turismo como principal (senão a única) atividade geradora de desenvolvimento, de renda, de empregos e de dinheiro novo na economia (fundamental para o desenvolvimento) e que os grandes investimentos foram e tem sido feitos pela iniciativa privada do setor. Só nos falta a percepção do meio político, no direcionamento dos recursos de toda ordem para a atividade e o envolvimento integral da comunidade no reconhecimento disso tudo.
Qual legado, lembrança positiva, para o senhor por conta do período frente ao Sindhotéis?
Guardo como lembrança positiva, a grata oportunidade que me foi concedida de ter participado de tão seleto grupo de amigos idealistas e verdadeiros empreendedores que desde os primeiros tempos, acreditaram – e muitos ainda acreditam – no futuro desta cidade.
Muitas foram as pessoas que participaram ativamente das atividades do Sindicato de Hotéis ao longo dos anos. Alguns eram vinculados à atividade outros não, mas, todas tiveram importante influência nos destinos da atividade de forma direta ou indireta. No entanto, sem demérito aos demais, por uma questão de justiça, devo citar os nomes de dois grandes amigos que tiveram compartilharam comigo e tiveram grande relevância para com os resultados alcançados que foram Wilson Eckhardt (Hotel Foz Presidente) e Homero Girelli (Hotel Belvedere) que se revezando na vice Presidência e Secretaria nas duas gestões, deram provas irrefutáveis de serem verdadeiros exemplos de homens de visão futurista, idealistas natos, que não mediram esforços nas participações dos assuntos coletivos da hotelaria e do turismo de Foz do Iguaçu, aos quais tive a oportunidade de agradecer pelos ensinamentos, pela amizade e pelo companheirismo.
(Grampo Comunicação)