Medida foi necessária para garantir a segurança da barragem e o fornecimento de energia para o Brasil e Paraguai. Com as previsões atuais, a abertura não deve causar inundações adicionais usina abaixo
Depois de seis meses, a Itaipu Binacional voltou a abrir, nesta quarta-feira (1º), às 2h01, o vertedouro da usina, para escoar o excedente de água não usada para a produção de energia. A operação foi necessária para garantir a segurança da barragem e o fornecimento de energia para o Brasil e Paraguai. A Itaipu vem monitorando a cheia do Rio Iguaçu e adotou a medida avaliando o regime de chuvas nas bacias do Rio Iguaçu e do Rio Paraná. O vertimento deve ser ininterrupto pelo menos nos próximos sete dias.
Pela manhã, a Itaipu chegou a verter 1,4 milhão de litros de água por segundo. Neste momento, a usina opera normalmente, na cota 219,23 acima do nível do mar, e produzindo quase 11 mil megawatts.
Há previsão de chuvas intensas até sexta-feira (3) na região da fronteira do Brasil com o Paraguai e na bacia do Rio Iguaçu. Há mais de 20 dias chove na cabeceira do Rio Iguaçu, que chegou a registrar uma vazão de 24 mil metros cúbicos por segundo (m³/s), quase 20 vezes a mais do que o normal.
Com o excesso de chuva também no Rio Paraná, a Itaipu aguardava o recuo de pico do Rio Iguaçu para abrir o vertedouro. O superintendente de Operação da Itaipu, Rodrigo Pimenta, tranquilizou a população ribeirinha.
“Com base nas previsões atuais, a abertura não deve causar inundações adicionais. No entanto, em função das chuvas previstas para quinta-feira e sexta-feira, recomendamos que à população atingida não retorne para suas casas até que a situação se normalize”, afirmou Pimenta. Mesmo com o escoamento pelas comportas, o nível do Rio Paraná na região da Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu (PR), deve se manter inferior ao que foi registrado no pico da cheia, quando o chegou 119 metros acima do nível do mar.
A Comissão Especial de Cheias da Itaipu (CEC) permanece mobilizada para dar toda a assistência às famílias atingidas pelas inundações, mitigar os impactos para a população ribeirinha e manter o fornecimento de energia elétrica para o Brasil e Paraguai.
População atingida – No lado paraguaio, cerca de 400 famílias ribeirinhas estão sendo assistidas pela Itaipu em diferentes bairros. O mais afetado é o San Rafael, em Ciudad del Este, com cerca de 140 casas atingidas. A maioria está em albergues mantidos pela Itaipu, outras foram para casa de familiares e amigos(as). Todas as pessoas estão sendo orientadas a aguardar a situação voltar ao normal para retornar aos seus lares. No lado brasileiro, foram impactados alguns pontos como o Iate Clube Cataratas e o porto de areia, no bairro Porto Meira. Apenas uma família, que vive nas imediações do antigo Espaço das Américas, precisou ser desalojada.
Comissão de Cheias – Mobilizada desde sábado (28), a Comissão Especial de Cheias analisa todos os cenários possíveis para adotar as melhores estratégias no momento, que tragam menores impactos para a população e garantam a segurança da barragem.
A usina de Itaipu é uma hidrelétrica que funciona a fio d’água, com um reservatório pequeno proporcionalmente à sua capacidade de produção de energia elétrica. A água que chega das cerca de 50 usinas localizadas a montante do Rio Paraná é usada para a geração de energia.
A binacional emite boletins hidrológicos diários, que são repassados aos órgãos de Defesa Civil do Brasil e do Paraguai e podem ser consultados no link: https://www.itaipu.gov.br/
A Itaipu – Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, 2,9 bilhões de MWh. Em 2022, foi responsável por 8,6% do suprimento de eletricidade do Brasil e 86,3% do Paraguai. A empresa tem como missão “Gerar energia elétrica de qualidade com responsabilidade social e ambiental, contribuindo com o desenvolvimento sustentável no Brasil e no Paraguai.”
(Assessoria de Imprensa Itaipu Binacional/Fotos Crédito: Sara Cheida/Itaipu Binacional)